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terça-feira, 23 de agosto de 2011




Livro Das Lutas à Paz




(...) Diante do reconhecimento de que para se viver em obediência às Leis do Cosmos a energia do indivíduo deve estar focalizada no momento presente, dias, meses ou anos não contam para aquele que já despertou, principalmente quando existe a necessidade de uma maior abertura interna acontecer. A situação de conflito hoje existente na sociedade humana, em todos os campos e em cada indivíduo que a compõe (sociedade cujas tendências retrógradas resistem duramente a ceder lugar a uma opção consciente por rumos evolutivos), repercute de maneira direta na esfera psíquica do planeta onde, instante a instante, mais se ancoram as forças involutivas. Entretanto, está próximo o confronto final entre essas forças nos planos materiais da Terra.

Extremamente ativas estão as correntes que tentam paralisar os indivíduos que buscam libertar-se de rotas destrutivas. As escolhas que eles fazem, quando os levam a estacionar ou a ceder aos movimentos dessas correntes obscuras, os colocam em um arco de retrocesso na infinita espiral evolutiva. Somente num ciclo futuro terão oportunidade equivalente à que lhes está sendo apresentada na atual etapa de transição.

Nesta época, que corresponde à finalização de um importante ciclo, grande parte da humanidade está deixando de aproveitar o impulso recebido pelo Ser Interior em toda uma ronda evolutiva, que abrange desde sua passagem pelo reino mineral até chegar ao humano. Sabemos que tudo está previsto, que tudo é acompanhado por uma Inteligência Maior, e também que tudo está escrito. Porém , essas afirmações dizem respeito à imutabilidade da vida divina e não aos detalhes circunstanciais da evolução. Da vida divina desprenderam-se as centelhas de energia ígnea; ao Fogo Cósmico elas pertencem e a Ele retornarão. Nesse sentido, sim, tudo está predestinado desde o princípio. (...)

 (...) Atualmente, por mínima que seja a visão de um indivíduo tocado pelo Espírito, ele é capaz de reconhecer que o padrão expresso pela sociedade humana terrestre não correspondem à vida superior que lhe é destinada. Os que decidem romper os laços que os prendem a essa vida ofuscada pela regência material desbravam o universo onde noites escuras devem ser atravessadas, onde resistências dos seus próprios corpos os assolam em caminhos solitários, onde fantasmas os atraem com promessas de uma vida de gozo em entrega a fugazes recompensas. Envolvem-se em lutas contra um mundo caído, e têem como principais oponentes os secretos apetites de seus trajes; devem aprender a dispor desses trajes sem a eles se render; aprender a estar neles sem com eles se identificar.

Esses buscadores precisam ter força e coragem, mas jamais poderão conceber o que receberão a partir de suas escolhas. Assim como a semente deve transformar-se para deixar nascer uma árvore, o estágio humano deve ser transcendido para que o alvorecer da vida espiritual surja no horizonte do mundo interno do indivíduo.

A lei não pergunta se temos recursos para manifestá-la - perscruta nosso interior e vê nosso grau de decisão em acolhê-la. Não nos pergunta se temos como sustentá-la, apenas vê o que fazemos de nossa vida, a que senhor servimos e para qual destino encaminhamos nossos passos.

Os tempos de hoje não são apenas de intenções. A Vida clama pela realização do que em todo um ciclo o paciente Artesão do Universo construiu em nosso interior, e clama pelo brotar das sementes que foram plantadas em nós através das épocas.


De milhões, bem poucas resistiram, e para nos dirigirmos ao campo que deve receber nossos cuidados, ainda hoje é preciso que nos seja reapresentado o Chamado, de modo constante e insistente, como o de uma mãe que por amor seguidamente mostra a seus filhos por onde caminhar.

Mesmo que ocupe corpos adultos, a consciência do homem é ainda infantil, mantém-se de tal modo cristalizada em ilusões materiais, e há tanta defasagem entre a verdadeira Realidade e a compreensão que ele tem dela, que são necessárias mãos que o apóiem e o conduzam por caminhos que já poderia ter assumido.

Apegado a pequenos bens e posses, esse homem continua a alimentar-se dos prazeres do corpo, quando poderia receber o Reino, quando a descoberta de uma vida sutil o preencheria como uma Fonte infindável de suprimento. Se pudéssemos ver o banquete que nos aguarda e constatar que, como filho pródigo, muitas vezes escolhemos comer com os porcos, grande dor desceria sobre nós. (...)

Vosso trabalho, servir em silêncio.
Vosso instrumento, a entrega.
Vosso campo de labor, a vida interna.
Vossas sementes, as chispas latentes do vosso ser.
Vossos frutos, aqueles que não tereis,
Mas que alimentarão os que cumprirem a Vontade,
Que maior que a vossa, arrebatou-vos em União. (...)(...) O espírito, ao contrário do que muitos ainda crêem, não vem para criar nada, mas sim para ser aquilo para o que foi criado. (...)


(...) Se aquele que aspira á vida espiritual e à transformação se apercebesse do quanto é provado em seu viver diário, e de como a cada momento seus pensamentos e sentimentos ou confirmam sua determinação em prosseguir no caminho ou o arrastam alhures, muito maior vigilância teria sobre seus veículos e com rédeas curtas os conduziria na estreita senda da retidão.

Somente pode sentir temor de libertar-se do que lhes é conhecido e seguro aqueles que ainda não deram o salto no grande abismo da Vontade Superior. Após esse primeiro salto, ainda que insistentemente assediado pelas forças de reação, o aspirante encontrará em seu interior a fortaleza para prosseguir sem se deixar levar por elas.

Por mais penoso que lhe seja abandonar o que lhe é caro, e que assim lhe é trazido como instrumento de provação, tendo uma vez dado esse salto ele já é tocado pela Chama do Grande Amor e tem conhecido pelo menos um vislumbre das dádivas que a Grande Lei reserva aos escolhidos. E a condição de escolhido não é determinada por nada ou ninguém que não seja o próprio caminhante, pois é ele que - nos momentos de prova - terá que dizer Aquele que internamente o conduz: Tudo o que tenho é teu. Assim, a abertura para a transformação e para a transmutação de suas energias estará em andamento, e ele poderá - sem saber como - encontrar-se num novo patamar vibratório. (...)

(...) Maior alcance do que o falar tem o viver;
mais límpido do que claras palavras é o agir;
assim, vossa vida deve ser vossa mensagem
Existirá o vôo sem o pássaro?
E o que seria do vôo sem as alturas dos céus?
Do mesmo modo, o que seria do indivíduo
Sem o serviço, e do serviço sem o Plano divino?
É através do serviço
Que teceis as vestes do Plano e dos núcleos de Luz e Amor que trazeis. (...)

Trechos extraídos do livro de Trigueirinho Das Lutas à Paz






Livro As Chaves de Ouro



(...) Uma *Mônada, quando utiliza um corpo físico, imprime nele, na proporção que lhe é possível, uma vibração que corresponde á sua nota cósmica, ao tom e á cor do seu fogo interno. Quanto mais evoluída é a Mônada, maior contato tem com esse veículo externo, levando-o á sutilização, conduzindo-o á liberação final. Exceções sempre há, mas, de modo geral para suportar a intensa vibração que advém do contato direto com o fogo monádico, são necessários átomos materiais mais sutis, e modo que possam receber tal estimulação sem que se desintegrem. (...)

 (...) De modo geral, as Mônadas que estão agora encarnadas na Terra (referimos-nos àquelas resgatáveis) são as menos evoluídas do grupo de sete ao qual pertencem. A Terra está saindo de um ciclo de obscurecimento e densidade, e as Mônadas que viviam aqui aprisionadas eram, dos seus Regentes**, os prolongamentos que menos sutilização haviam alcançado. Isso é válido para os Regentes que despertaram; portanto, para dez por cento da humanidade de superfície.



*Mônada: A Mônada é o corpo de expressão do ser no sexto plano da consciência – portanto, o corpo mais sutil e limiar para a vida imaterial. Compreendida como herança cósmica, revela algo da infinita trajetória da consciência ao longo dos eons de manifestação. A Mônada corresponde a uma das sete ramificações do Regente, também denominado Ser Supremo ou Oitava Mônada que, quando funde em si suas sete ramificações (as sete Mônadas), passa a ser reconhecido como AVATAR.

As Mônadas percorrem longa trajetória pelos Reinos mineral, vegetal, animal, humano e divino. Como estagio evolutivo apresentado ao homem resgatável da superfície da Terra, a Mônada é o núcleo interior que deve reger toda a expressão do individuo nos demais planos de consciência. Ao se atingir esse grau evolutivo, realiza-se um estado no qual se pode dizer: “Não sou eu quem faço, mas o PAI quem faz em mim”.


*Regente: Núcleo que rege a evolução da Mônada, impulsionando-a a despertar em seu próprio plano, ajudando-a a reconhecer a energia das Hierarquias e dos Conselhos do Cosmos.
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- *Avatar: Estagio evolutivo correspondente á realização da consciência nos planos acima do Mental Cósmico. O Ser, o Regente, revela-se como Avatar quando reúne em si os seus sete prolongamentos (as Sete Mônadas) após cada um deles ter esgotado suas experiências e concluído sua trajetória evolutiva como Mônadas.

Trechos Extraídos do livro d Trigueirinho As Chaves de Ouro